MORTE: Crônica de uma despedida: os últimos dias de vida de Dom Orione
Autor: FLAVIO PELOSO
Após 9 fevereiro 1940
Dom Orione durante a noite de 9 de Fevereiro de 1940 sofreu um violento ataque de angina do peito com uma sensação de asfixia. Dom Camilo Bruno traz o "Viatico" e depois a "Unção dos Enfermos". Após a assistência médica imediata, só no dia seguinte pode ser declarado fora de perigo. Foi decidida a transferência de seu quarto para a fria "sala do relógio."
Após dias de grande preocupação com as reiteradas crises respiratórias e angina pectoris, confrades e médicos concordam que seria necessário um período de repouso no clima ameno de San Remo. Mas, como propôr-lhe esta decisão?
Foram designados para esse fim o professor Manai de Alessandría e Doutor Codevilla:
"Eu sei que você tem duas casas em Sanremo. É a providência, você vê?! Você tem que ir a Sanremo para passar algumas semanas e recuperar-se um pouco. " "A Sanremo, não!"... diz Dom Orione.
Percebendo que os dois médicos ficaram desconcertados por causa de sua clara rejeição, Don Orione explica:
"Quero ficar entre os mais pobres."
E então, fez uma pergunta:
"Perdoem-me, é um padre que vos pede para serem explícitos. Diga-me a verdade: estou no fim dos meus dias? ".
"Não, não, porque esta pergunta?”... Respondem.
E Dom Orione continua:
"Porque, se assim for, eu irei me retirar deste quarto muito luxuoso e morrer na pobreza. Eu sou o filho de uma mãe camponesa, o meu pai era calçador de estradas, toda a minha família era pobre... eu vou não devo permanecer aqui."
"Mas onde queres ir?"
"Se é para sair daqui quero ir para morrer entre os pobres, no instituto de Borgonovo. Lá temos tantos meninos sem ninguém abandonados, recolhidos pela Providência. Quero morrer cercado por aquelas crianças em uma casa que vive e pratica a pobreza.”
Dr. Codevilla não reteve as lágrimas e até mesmo o professor Manai tinha os olhos molhados.
Estando só com Dom Barriani, Dom Orione perguntou se dom Sterpi tinha conhecimento daquela proposta. Ao que respondeu: Senhor diretor você sabe que não se faz nada sem informar a Dom Sterpi. Dom Orione compreendeu. Porque subtrair-se ao convite de dom Sterpi que para ele tinha valor de obediência? A obediência vale bem o sacrifício.
6 mar.
É a festa de São Marciano. Don Orione se levanta e celebra a missa, em seguida, vai à catedral rezar sobre a urna do santo. E diz a quem o acompanha: "Vamos saudar a Nossa Senhora." E o levam até o santuário da Nossa Senhora da Guarda. Ao meio-dia participou do almoço com os confrades e sobre a mesa diante dele, achava-se a antiga estátua de Nossa Senhora da Divina Providência, aquela que ficava no primeiro coleginho.
7 mar.
No Paterno de Tortona, Dom Orione está pronto para partir para Sanremo. Chama Giusepe Zambarbieri e faz-lhe colocar em ordem o livro de registro das missas.
8 mar.
- De manhã, vestido, disse: "Pobre da minha veste, já está acabada como a minha vida." – Vai visitar o bispo, sai ainda uma vez na escada do Episcopado, testemunhas de tantos afetos e projetos de sua vida.
– Depois faz uma parada em San Bernardino, reza no Santuário, visita o pequeno probatório, os clérigos, as pequenas Irmãs Missionárias da Caridade e SACRAMENTINAS cegas: para todos tem uma saudação e uma boa palavra.
– À tarde se encontra com os onze clérigos que iriam receber no dia seguinte o diaconato, "Sinto vir menos às forças e a vida me escapa, Nós anciãos podemos sentir um conforto olhando a vocês as quais confiamos o evangelho, a cruz, a estola, o altar, tudo...”.
– Depois da oração da noite, na capela do Paterno dá à última "boa noite": "minha vida está por um fio e todos os momentos podem ser os últimos ... Não é entre as palmeiras que eu quero viver e morrer, mas sim, entre os pobres que são Jesus Cristo. " 9 mar.
– Bem cedo Dom Orione celebra a missa em Paterno. Depois vai visitar Don Gatti: "Desejo me confessar”.
- Retorna ao quarto: e quando sai, entrega as chaves ao encarregado.
- Dom Orione desce do seu quarto. No corredor estão alinhados em duas filas sacerdotes e clérigos emocionados; ele sorri a todos, aperta o passo visivelmente emocionado. Entra no automóvel. Na estação de trem, a solidão. Próximo a ele está o clérigo Modesto.
- Vila Santa Clotilde, Sanremo: o pensionato está entre as palmeiras, ouve-se o mar.
Chegando a Vila Santa Clotilde, a primeira visita de Dom Orione é para a capela. Por uma falha, a luz não funciona. Em seguida, vai para descanso.
- O despertar é sereno. Passa horas e horas a uma mesinha a despachar as correspondências. A cada hora Modesto o escuta como que balbuceando: "Jesus, Jesus!...". Permanece Absorvido em oração por um momento, depois a caneta continua a escrever.
10-11 mar.
Dom Orione segue o horário da comunidade, na capela e na casa. Reza e escreve muito.
11 mar.
Às 14.30, chega em Sanremo Don Umberto Terenzi, a convite de Don Luigi Orione e Padre Pio de Pietrelcina: Encontra Don Orione todo festivo e cordial. E Ttocam notícias. Don Orione se retira e continua escrevendo até às 19 horas.
No jantar, ele fala sobre os graves acontecimentos da hora, especialmente na Polónia. Depois eles todos vão dormir.
12 mar.
- Dom Orione celebra missa servido por Modesto. Dom Terenzi, após a missa foi para a sacristia para celebrar e, por sua vez, "e vendo só a vestir-me Dom Orione me ajudou; depois se colocou de joelhos por terra as mãos juntas, como clerigozinho, e permaneceu servindo a missa até o Evangelho, depois consentiu em deixar o seu posto ao clérigo Modesto. "
- As horas da manhã passam e a caneta de Dom Orione não para.
Ao meio-dia o chamam várias vezes , mas não percebe que a sopa está esfriando, diz para não se preocuparem com ele e de comerem tranquilamente.
– Apenas iniciado o almoço chega o Conego Perduca com o clérigo Perduca argentino Merino, Don Orione vai cumprimentá-los e lhes leva vinho e copos. Retorna à mesa e continua a conversa com Dom Terenzi: animadíssimo fala quase sempre ele. Don Terenzi decide parti às 20h30 de Sanremo.
- São 20:00 Don Orione se preocupa de mandar junto Dom Bariani para acompanhar Dom Terenzi até à estação e em depois o abraça: "Cresça no amor a Nossa Senhora e espalhe-o para todos."
- Dom Orione retorna a escrivaninha: escreve a Don Zanocchi, depois a um benfeitor ao qual diz: "Espero poder retornar logo o meu modesto trabalho pela infância necessitada de fé e de uma arte que lhes dê pão, e para os nossos caros pobres...".
- Vai para o quarto e se coloca em atitude de oração. O telefone toca: é Aquiles Malcovati, que sabendo das condições de saúde em que se encontrava Dom Orione, lhe pede ainda uma obra de caridade a recuperação de uma pobre senhora enferma. Don Orione, à distancia de uma hora de sua morte, diz o seu último "sim".
- Às 21,30: Don Orione escreve ainda um pouco. Modesto vai para desejar-lhe boa noite e se retira deixando a porta entre aberta.
- Às 22h30: Modesto ouve um gemido. Acorre e vê que Don Orione está mal. São ministrada a coramina, depois o oxigênio. Ele faz escorregar sobre o assento e apoia-o com seu braço direito. O suor frio cai da fronte reclinada de Don Orione que sereno, apesar do sofrimento físico, exclama com os olhos voltaram para céu: "Jesus ... Jesus .. Eu vou.
"Reclinado a cabeça . São 22,45 de 12 de Março de 1940.
É com profundo respeito e adimiração, que celebramos esta linda festa, de um homem que se doou por inteiro, na realização da obra de Deus, e que hoje faz tamanha diferença na nossa vida, nosso intercessor.
AVE MARIA, AVANTE.
adoro esse blog
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